Cristina Gonçalves número 14 do Ranking Mundia na categoria de Boccia BC2, conquistou a medalha de Ouro do World BocciaCup – Póvoa de Varzim ao derrotar na final a atleta Aghayeva (Azerbeijão) por 5-4. Na capital do Boccia Nacional, Cristina não deu hipóteses às suas consagradas opositoras.
Quem é Cristina Gonçalves?
Cristina Gonçalves nasceu em Lisboa, Setembro de 1977 e já conquistou três medalhas olímpicas para Portugal nas categorias de Boccia BC1- BC2 Equipas.
Cristina tem paralisia cerebral desde os 11 meses de idade, provocada por meningite. Esta extraordinária atleta de Boccia fez parte da equipa de Boccia que conquistou a medalha de ouro nas Paralimpiadas de Atenas 2004, medalha de Bronze em Pequim 2008 e Bronze no Rio 2016.
A nível individual, a atleta conquistou varias medalhas, destacando-se a primeira vitória na Taça do Mundo de Boccia em 2003, na Nova Zelândia.
Em 2017, A atleta Cristina Gonçalves conquistou medalha de bronze na prova de boccia BC2 no BISFed World Open, uma competição internacional da modalidade disputada na Póvoa de Varzim. Na final, venceu o holandês Bernd Meints por 7-1.
Em 2021 sagou-se campeã europeia de Boccia ao vencer a prova de Sevilha, onde derrotou na final, a atual nº 1 da categoria BC2 Claire Taggart (GBR) por 5-4.
Esta grandiosa atleta já representou Portugal em 5 Jogos Paralímpicos, tendo a sua estreia ocorrido em Atenas 2004. Posteriormente participou em Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020.
Estes resultado poderá encorajar a decisão de mais uma participação em París2024, com a integração na equipa de Boccia BC1 . BC2 de Portugal. Veremos…………..
Cristina Goncalves (paralympic.org)
Recordamos aqui uma extraordinária entrevista ao Expresso
Tem paralisia cerebral mas isso não a impediu de ser uma campeã paralímpica de Boccia
Embora em Portugal poucos a conheçam, Cristina Gonçalves já fez içar a bandeira nacional um pouco por todo o mundo. Aos 28 anos, conta com três medalhas de ouro na modalidade-rainha no desporto para deficientes, o boccia, que descobriu há nove anos.
Cristina sempre gostou do sabor da competição. E as limitações que a tornam «diferente» aos olhos da sociedade – dificuldades na coordenação motora e problemas na expressão verbal – nunca a demoveram.
Mal descobriu o boccia, achou-o logo «interessante e competitivo». Diz que lhe trouxe «incentivo e emoções fortes».
A sua primeira grande vitória aconteceu em 2003, na Taça do Mundo de Boccia, na Nova Zelândia. «Foi uma luta constante mas acabámos por ganhar», lembra.
Em equipa ou individualmente, as vitórias somam-se e Cristina não esconde o «orgulho de representar a pátria». A sua vida tornou-se «mais divertida com as viagens», mas a atleta confessa: «Sabe sempre muito bem regressar a Portugal».
Adepta também da pintura, Cristina passa a maior parte dos seus dias na Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, ocupada com as actividades lúdicas, os amigos e os treinos diários. Calma e divertida, garante que ser campeã não lhe mudou a atitude. «Só ponho em prática o que aprendi.
É preciso dar um passo de cada vez e praticar muito para se estar em forma».
«Continuar a treinar e ir a campeonatos durante muitos anos» é o seu grande desejo. Participar nos Paralímpicos de Pequim 2008 é um sonho ainda incerto, mas Cristina mostra-se confiante: «Temos de lutar e nunca desistir daquilo que se quer. Eu sou uma lutadora».
Entrevista ao Jornal ” Expresso” sobre Boccia e Cristina Gonçalves
Cristina Gonçalves representa a APCL, Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral
Cristina Gonçalves Atleta de Boccia da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral
O que faz a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral ?
APCL
A Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral foi fundada em Lisboa em 26 de Julho de 1960 por um grupo de pais e de técnicos, tendo sido a primeira Associação de pais e de técnicos para pessoas com deficiência criada no país.
O seu aparecimento ficou a dever-se à iniciativa de Maria Luísa de Almeida Alves, mãe de uma criança com paralisia cerebral que, regressada de Londres onde fora estagiar e formar-se nesta especialidade, resolvera abrir, com o apoio do Dr. João Santos da Liga Portuguesa dos Deficientes Motores, um pequeno Centro de Reabilitação.
Decorria então o ano de 1958.
Dada a especificidade da paralisia cerebral e a impossibilidade daquele Centro dar resposta às inúmeras solicitações que surgiam por todos os lados, e após uma tentativa falhada de apoio da
Fundação Adolfo Vieira de Brito, surgiu um grupo de pais de crianças que já estavam a ser atendidas no Centro apoiado pela Liga que,
acompanhados por um grupo de técnicos, fundou a Associação, cujos estatutos foram aprovados pelo Ministro da Saúde e Assistência, tendo sido considerada logo desde o início como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública Administrativa.
A criação de uma Associação constituída por cidadãos independentes do poder político de então foi muito difícil, tanto mais que era doutrina feita dentro do próprio Ministério da Saúde e
Assistência que “a paralisia cerebral não tinha cura, e como tal nada havia a fazer às crianças que não fosse o cuidado diário a prestar pelas suas famílias e manter as crianças em casa, pois nem sequer a escola poderiam frequentar.”
Com a fundação da Associação em 1960 nasceu o primeiro Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral do país. De início em instalações precárias, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e dos Ministérios doa Assuntos Sociais e da Educação. Foram diversas as instalações provisórias durante cerca de oito anos,
até que a Fundação Calouste Gulbenkian financiou o projecto, a execução e o equipamento dum Centro ainda hoje considerado modelo – tanto em espaços como em funcionalidade – bem como a formação e especialização do pessoal técnico no país e no estrangeiro. Decorria o ano de 1965.
A partir de 1974 sentiu-se a necessidade premente de descentralizar os apoios técnicos de reabilitação e uma maior e mais eficaz integração no ensino regular. Assim se deu uma alteração dos Estatutos com a criação de
Núcleos Regionais, cada um deles dotados das necessárias (com determinadas) autonomias, devidamente reconhecidas nos estatutos – autonomia técnica, administrativa e financeira.
O Núcleo Regional do Sul, com Sede em Lisboa, passou a integrar todo o pessoal e os equipamentos sociais que existiam na altura em Lisboa, e abriu-se a possibilidade legal de criação de novos Núcleos, o que aconteceu de imediato com a criação do Núcleo Regional do Norte (Porto) ainda em
1974 e com o Núcleo Regional do Centro (Coimbra) em 1975. Estes Núcleos foram apoiados pelo Núcleo do Sul tanto para a sua instalação como na formação de pessoal e criação das regras de funcionamento.
Constitui-se então, como estrutura de coordenação, a figura da Direcção Nacional da APPC, a qual, detendo a personalidade jurídica da Associação, não interfere no funcionamento dos Núcleos, mas apenas os coordena e apoia.
Pouco a pouco, e sempre por iniciativa de pais e técnicos, foram aparecendo mais Núcleos Regionais quer com o apoio do Núcleo do Sul quer dos Núcleos que passaram a existir nas regiões vizinhas:
Beja (1981), Viseu (1982), Faro (1982), Vila Real (1983), Braga (1986), Évora (1991), Madeira (1992), Guimarães (1993), Alentejo Litoral (2000), Leiria (2002), Viana do Castelo (2004), e Castelo Branco (2006).
O Núcleo Regional do Sul foi constituído a partir da Associação inicialmente criada em 1960, e portanto, foi o ponto de partida para todos os restantes criados por todo o país e que hoje atendem localmente as populações respectivas.
O número de sócios de todos os Núcleos é superior a 15.000, sendo atendidas nos diversos equipamentos sociais mais de 5.000 pessoas.
A criação das respostas sociais foram surgindo às medida das necessidades que iam acompanhando o crescimento das crianças que inicialmente foram sendo assistidas.
Em Lisboa, iniciou-se com o Centro de Reabilitação (Cento de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian- CRPCCG), seguindo-se a Escola de Ensino especial (CRPCCG), o Centro de Actividades Ocupacionais
(Espaço 7 Ofícios e CRPCCG, para os que deixavam as actividades escolares e não seguiam carreiras profissionais), o Centro de Formação Profissional (Espaço 7 Ofícios e CNB Costa), o Apoio Domiciliário (assistência e apoio às famílias, em especial as mais idosas), os Lares Residenciais
(Centro Belmar da Costa, Casa do Tejo e Casa do Saldanha). Também neste aspecto o Núcleo do Sul foi o pioneiro na criação de Lares residenciais.
Com o crescimento do número de Núcleos e das suas actividades, foi considerando vantajosa a criação de associações autónomas, as quais integrariam uma Federação(FAPPC).
Assim, o Núcleo Regional do Sul (tal como todos os Núcleos Regionais da APPC) foi transformado em Associação com personalidade jurídica plena, denominada Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa –
APCL, a qual recebeu todos os activos e passivos, direitos e obrigações do Núcleo que lhe deu origem.
A Direcção Nacional (estrutura de coordenação), constitui-se em Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral – FAPPC.
APCL
A Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral foi fundada em Lisboa em 26 de Julho de 1960 por um grupo de pais e de técnicos, tendo sido a primeira Associação de pais e de técnicos para pessoas com deficiência criada no país.
O seu aparecimento ficou a dever-se à iniciativa de Maria Luísa de Almeida Alves, mãe de uma criança com paralisia cerebral que, regressada de Londres onde fora estagiar e formar-se nesta especialidade, resolvera abrir, com o apoio do Dr. João Santos da Liga Portuguesa dos Deficientes Motores, um pequeno Centro de Reabilitação.
Decorria então o ano de 1958.
Dada a especificidade da paralisia cerebral e a impossibilidade daquele Centro dar resposta às inúmeras solicitações que surgiam por todos os lados, e após uma tentativa falhada de apoio da
Fundação Adolfo Vieira de Brito, surgiu um grupo de pais de crianças que já estavam a ser atendidas no Centro apoiado pela Liga que,
acompanhados por um grupo de técnicos, fundou a Associação, cujos estatutos foram aprovados pelo Ministro da Saúde e Assistência, tendo sido considerada logo desde o início como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública Administrativa.
A criação de uma Associação constituída por cidadãos independentes do poder político de então foi muito difícil, tanto mais que era doutrina feita dentro do próprio Ministério da Saúde e
Assistência que “a paralisia cerebral não tinha cura, e como tal nada havia a fazer às crianças que não fosse o cuidado diário a prestar pelas suas famílias e manter as crianças em casa, pois nem sequer a escola poderiam frequentar.”
Com a fundação da Associação em 1960 nasceu o primeiro Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral do país. De início em instalações precárias, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e dos Ministérios doa Assuntos Sociais e da Educação. Foram diversas as instalações provisórias durante cerca de oito anos,
até que a Fundação Calouste Gulbenkian financiou o projecto, a execução e o equipamento dum Centro ainda hoje considerado modelo – tanto em espaços como em funcionalidade – bem como a formação e especialização do pessoal técnico no país e no estrangeiro. Decorria o ano de 1965.
A partir de 1974 sentiu-se a necessidade premente de descentralizar os apoios técnicos de reabilitação e uma maior e mais eficaz integração no ensino regular. Assim se deu uma alteração dos Estatutos com a criação de
Núcleos Regionais, cada um deles dotados das necessárias (com determinadas) autonomias, devidamente reconhecidas nos estatutos – autonomia técnica, administrativa e financeira.
O Núcleo Regional do Sul, com Sede em Lisboa, passou a integrar todo o pessoal e os equipamentos sociais que existiam na altura em Lisboa, e abriu-se a possibilidade legal de criação de novos Núcleos, o que aconteceu de imediato com a criação do Núcleo Regional do Norte (Porto) ainda em
1974 e com o Núcleo Regional do Centro (Coimbra) em 1975. Estes Núcleos foram apoiados pelo Núcleo do Sul tanto para a sua instalação como na formação de pessoal e criação das regras de funcionamento.
Constitui-se então, como estrutura de coordenação, a figura da Direcção Nacional da APPC, a qual, detendo a personalidade jurídica da Associação, não interfere no funcionamento dos Núcleos, mas apenas os coordena e apoia.
Pouco a pouco, e sempre por iniciativa de pais e técnicos, foram aparecendo mais Núcleos Regionais quer com o apoio do Núcleo do Sul quer dos Núcleos que passaram a existir nas regiões vizinhas:
Beja (1981), Viseu (1982), Faro (1982), Vila Real (1983), Braga (1986), Évora (1991), Madeira (1992), Guimarães (1993), Alentejo Litoral (2000), Leiria (2002), Viana do Castelo (2004), e Castelo Branco (2006).
O Núcleo Regional do Sul foi constituído a partir da Associação inicialmente criada em 1960, e portanto, foi o ponto de partida para todos os restantes criados por todo o país e que hoje atendem localmente as populações respectivas.
O número de sócios de todos os Núcleos é superior a 15.000, sendo atendidas nos diversos equipamentos sociais mais de 5.000 pessoas.
A criação das respostas sociais foram surgindo às medida das necessidades que iam acompanhando o crescimento das crianças que inicialmente foram sendo assistidas.
Em Lisboa, iniciou-se com o Centro de Reabilitação (Cento de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian- CRPCCG), seguindo-se a Escola de Ensino especial (CRPCCG), o Centro de Actividades Ocupacionais
(Espaço 7 Ofícios e CRPCCG, para os que deixavam as actividades escolares e não seguiam carreiras profissionais), o Centro de Formação Profissional (Espaço 7 Ofícios e CNB Costa), o Apoio Domiciliário (assistência e apoio às famílias, em especial as mais idosas), os Lares Residenciais
(Centro Belmar da Costa, Casa do Tejo e Casa do Saldanha). Também neste aspecto o Núcleo do Sul foi o pioneiro na criação de Lares residenciais.
Com o crescimento do número de Núcleos e das suas actividades, foi considerando vantajosa a criação de associações autónomas, as quais integrariam uma Federação(FAPPC).
Assim, o Núcleo Regional do Sul (tal como todos os Núcleos Regionais da APPC) foi transformado em Associação com personalidade jurídica plena, denominada Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa –
APCL, a qual recebeu todos os activos e passivos, direitos e obrigações do Núcleo que lhe deu origem.
A Direcção Nacional (estrutura de coordenação), constitui-se em Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral – FAPPC.
APCLSe gostou deste artigo e pretender mais informação relacionada com Boccia , veja
Boccia: José Gonçalves Funnnnnnnnnntástico no World BocciaCup 2024
Boccia : World BocciaCup na Póvoa de Varzim – 8 a 16 de Julho
Boccia : SC Braga Warriors Fantástica Temporada
Ranking Mundial Boccia: André Ramos e Carla Oliveira no TOP 5
Boccia: Carla Oliveira é Nº 1
Boccia : Os Novos Campeões Nacionais de Boccia
Acompanhe os Jogos Paralímpicos e a participação de Portugal e da Lusofonia em Paralímpicos Stars
Pingback: Boccia : Andreza Oliveira e Evelyn Oliveira Rainhas da Póvoa - World BocciaCup2024 - Paralímpicos Stars
Pingback: Boccia: Carla Oliveira é Nº 1 - Paralímpicos Stars
Pingback: Boccia : Portugal Brilha no Challenger Cairo 2024 - Paralímpicos Stars
Pingback: Bocha ou Boccia : Andreza Oliveira a Atleta Mais Medalhada do Mundo World BocciaCup - Paralímpicos Stars